Wednesday, January 18, 2006

Maria Alexandrina Cervantes, de quem dizíamos que só havia de dormir uma única vez na vida, foi a mulher mais elegante e doce que jamis conheci, e a mais completa na cama, embora também a mais severa. Tinha nascido e crescido aqui, e aqui vivia, em uma casa de portas abertas com vários quartos de aluguel e um enorme pátio de danças com luminárias compradas nos bazares chineses de Paramaribo. Foi ela que arrasou com a virgindade da minha geração. Ensinou-nos muito mais do que devíamos aprender, mas nos ensinou, sobretudo, que nenhum lugar na vida é mais triste que uma cama vazia.

Gabriel Garcia Marquez - Crônica de uma Morte Anunciada.

Friday, January 06, 2006

Ah...

Iae...
O que você pretende da sua vida? Trabalhar a vida inteira pra que, pra ter dinheiro para escrever seu nome numa lápide? Talvez essa seja sua única conquista para a posterioridade!
Chego em casa depois do aniversário da minha cunhada (gente finíssima), bebo, e tudo fica claro. Disperdicei um ano numa das melhores faculdades do país, levei os estudos nas coxas. Eu falo muito sério quando digo pra Lilhana que quero ela para sempre. Me dói brigar com ela. Eu a amo.
Quero estudar. A revolução não existe, ela esbarra em seu agente, os homens e as mulheres, egoístas em sua maioria. Acharemos outros meios de vencer o individualismo, adversário imbatível.
Fora isso, a sensação de fracasso bate a porta. Quero pelo menos trabalhar pra ter grana para encher a cara. Esquecer desse infeliz texto.
Abraços.

Leonardo Vigolo Monllor