Thursday, November 17, 2005

Onde Estou?

Estou sumido?

tô só atolado de coisas pra ler...
e exercícios pra resolver...
e uma namorada pra amar...
e uma vida pra viver...

Estou perdido?

tô só temporariamente fora de serviço
pras pessoas indesejáveis
e prum passado medonho
e pruma vida enfadonha

Ainda quero o que queria?

Com mais e mais vontade
Com menos e menos atitude
Com mais e menos
Sem novidades

Afinal, onde estou?

De onde nunca devia ter saído
De um planeta azul, verde, vermelho, colorido
Lotado de cheiros, ventos, cabelos, olhares
De Isadoras e Priscilas...
Vidas por viver
Vidas para outras vidas
Nascerem, renascerem
Todo dia


Rodolfo Mohr

Wednesday, November 09, 2005

O futuro a Zeus pertence

Não poderia falar de outra coisa no dia de hoje do que as coisas inesperadas que vez em quando acontecem em nossas vidas. Saem nos atropelando feito trens desgovernados, nos pegando de surpresa, e nos levam geralmente pra lugares totalmente desconhecidos, e o que nos resta é cumprir a velha missão do homem nesse planeta: adaptarmo-nos. Exemplos mil eu posso dar, desde as mais pequenas coisas, até as mais importantes. E essas vagas vêm tão fortes, que não nos deixam tempo de raciocinar, principalmente em pessoas que necessitam ter em mente todos os passos que darão no dia seguinte, ou ter pelo menos um esboço. No momento faço analogias desse meu texto com o clima absurdo dessa cidade, como o temporal de sexta-feira passada, em que choveu quinze dias em apenas uma hora, levando a enxurrada tudo o que encontrava pela frente. Ou também as terríveis alternâncias na temperatura, muito comum por aqui, sendo que num dia faz 30° C e no outro 5°C. E nós, reles pessoinhas à deriva pela vida, ficamos impotentes e inertes frente a isso, conseguindo fazer um raciocínio lógico só depois que o estrago já está feito.
Meu objetivo não é escrever sobre a impotência humana frente às intempéries do tempo, mas sim frente aos rumos que a vida toma algumas vezes, que nos foge ao controle. Fico pensando se é um defeito pessoal se preocupar tanto com o que vem pela frente, se às vezes não seria melhor ter um modus vivendi totalmente carpe diem. Puxando um pouco o assunto pra teoria – mania de proto-historiador – acho que essa característica, por vezes inerente a todos nós, tem um pouco de ideário social. Vivemos na sociedade do consumo, de instituições voláteis e de um futuro incerto, e introjetamos a idéia de que o acúmulo e o planejamento nos trarão uma segurança num futuro, como já disse, incerto. Sendo assim, precisamos ter tudo esquematizado na mente, todos os passos determinados, para que não fiquemos, de uma hora pra outra, totalmente perdidos, sem saber o que fazer.
Mas a vida é mais esperta, e nos mete em situações cujas quais nem sequer nos passou pela cabeça. Assim, acho que nos cabe, como já disse, o papel da adaptação. A assimilação dessas situações, contanto que não sejam degradantes, pode nos conduzir a novos rumos e novas aprendizagens. Dessa forma vamos aprendendo a viver, e só nos resta conduzir a nossas vidas para rumos que nos sejam benéficos. E o futuro? Carpe diem!

Diego Soca

Monday, November 07, 2005

Teoria da Boa Mulher

Hoje estava tentando imaginar de onde surgem certas atitudes ou características da personalidade de algumas pessoas. Tomamos como exemplo inicial o interesse, não o interesse dito “bom”, pois há o interesse de aprender, o interesse de melhorar, este vamos deixar assim, feliz de quem o tem. Mas o caso de minha indagação estava exatamente na origem do interesse mesquinho, aquele egoísta de certas pessoas. Quem alguma vez na vida já não se deparou com uma pessoa assim, hoje é seu grande “amigo”, claro que o será até não arrumar outro q tenha uma amizade mais “interessante” para ele.
Mas o pior que a maior fama de interesseiras fica com as mulheres. Afinal se namoram um cara de posses é por interesse.Se ele tem carro, é por interesse. Se ele tem moto, é por interesse. Se ele tem quatro anos e uma motoca motorizada ela, com três anos, namora ele por interesse, óbvio! Mas a partir de que momento passamos a agir por interesse? O que provoca isso no ser humano? Será a educação?
Afinal quem já não leu um gibi quando criança.......aqueles mini-livros de historinhas infantis com a Turma da Mônica, grande e vantajosa invenção de Maurício de Sousa. Pois é, lendo um destes percebi o primeiro encontro de muitos com o famoso “interesse amoroso” feminino. Podemos nos lembrar da Magali, a amiga da Mônica de vestido amarelo e muito comilona. Parece, e de certo é verdade,que ela só pensa em comida, portanto este é um de seus principais interesses. Mas adivinha quem é o namorado da Magali? O Quinzinho filho do dono da padaria, oras! Quem mais poderia ser? Afinal, quem mais traria doces, pães e guloseimas aos encontros? Isso mesmo aquela menina simpática, meiga, na verdade, é uma baita de uma interesseira! Com todo o sentido da palavra!
Partindo do princípio da teoria do bom selvagem, onde o homem nasce bom; sendo a sociedade que o corrompe, me vem a idéia de uma teoria da boa mulher, lendo-se mulher sem interesse. Onde toda mulher nasce desprovida de “interesses conjugomateriais”, é sim; os gibis, através desta descarada da Magali; a Capitu dos gibis atuais, que meninas são corrompidas vindo a se tornar este bando de interesseiras! Culpa do Maurício de Sousa!
E tenho dito!


Ana Paula Merlo.

Teimosia

Não só de pessoas, vidas e histórias que o tempo nos separa. Ele nos tira também toda uma magia que encantava nossas vidas nas situações mais simples. Futebol de botão, jogar bola de pé no chão no pátio ou na rua, brigar para sempre com o nosso melhor amigo (e logo em seguida agir como se nada tivesse acontecido). Pois o tempo passa. Leva tudo isso, traz novas experiências, nos empurra um milhão de responsabilidades. Leva-nos de encontro a outras pessoas. Tão especiais quanto a dos primeiros anos. Entretanto, ele também quer tirar essas pessoas do meu convívio, do nosso convívio. Agora quero que seja diferente. Serei teimoso. Impertinente. Constrangedor. Farei o possível para que o tempo não leve consigo para qualquer lugar a legião de pessoas que conviveram diariamente comigo e que hoje não passam de encontros semanais. Não, definitivamente, não permitirei que nossos encontros sejam casuais. Quero arrecadar novos amigos sem precisar abrir mão dos antigos. Porém, é difícil. Já estou em dívida com tantas pessoas. Quantos requerem minha atenção e são correspondidos? Às vezes é chato ter facilidade de comunicação. Conheço e me apego a inúmeras pessoas. Sendo que algumas me deixam passar sem maior atenção. Pena delas. Vejo que não ser percebido por todos, em certas situações, é bom. Meu dia continua tendo, míseras, 24 horas.


Rodolfo Mohr

Thursday, November 03, 2005

Separações

Eu tenho medo de me tornar uma pessoa séria.
Eu sou uma criança, só quero ver os outros sorrindo.
Do meu jeito idiota.
Das bobagens que eu falo.
É um receio.
Crescer é difícil, dolorido e triste. Ver cada um indo para um lado. A vida nos afastando pouco a pouco. Cada um com horizontes, projetos, visão de mundo, tudo muito diferente.
O que nos une? Uma infância feliz e boas lembranças.
Eu estava negando, mas isso está cada vez mais evidente.
Isso foi um desabafo. 1:30 da manhã. Eu estava angustiado, precisava escrever isso em algum lugar.

Leonardo Vigolo Monllor